Clubes Ingleses de top não querem jogar futebol reativo...

Este post do Zonal Marking usa umas métricas mal amanhadas para, no fundo, dizer que quando as equipas inglesas marcam mais golos nos jogos do campeonato, as equipas inglese de top (as que vão às competições europeias) têm piores prestações na liga dos campeões.

Não me vou alongar sobre a qualidade das métricas (digo só que são mal amanhadas) pois basta pensar que estão a misturar os golos marcados por todas as equipas do campeonato com o desempenho de 4 equipas (as que vão à liga dos campeões) para perceber que estas variáveis devem ter uma relação fraquinha (para não dizer nula). No entanto, o propósito deste "estudo" é, na minha opinião chamar a atenção para um facto que a mim sempre me fez muita confusão, sobretudo quando penso na forma evoluída como os ingleses vivem, promovem  e organizam o futebol. As equipas inglesas são das mais desorganizadas da europa!

O post refere que as equipas inglesas não querem ser conotadas com futebol defensivo, que privilegiam o espetáculo, promovem o futebol ofensivo e não gostam de "mudar de atitude" quando estão em vantagem. Não concordo com o que o post diz, porque a minha opinião é muito pior! Não é baseada em qualquer estudo, nem constituída por métricas ou valorações. É apenas a minha opinião, fundamentada nos jogos que fui vendo nos últimos anos. As equipas inglesas são as que mais jogam de forma reativa, principalmente quando não têm a bola. O problema é que os ingleses só vêm o jogo quando a equipa que apoiam tem a bola. Mas não só os adeptos!!! Os treinadores britânicos são básicos e constroem as suas equipas de forma básica, com modelos de jogo rudimentares baseados em princípios banais: correr, correr, correr, correr, chutar, bater, correr, correr e correr. O cérebro serve apenas para coordenar os movimentos necessários ao corre-e-chuta. Não fosse a grande capacidade individual da maioria dos jogadores que constituem as suas equipas e dificilmente a liga inglesa estaria no top 5 europeu. E toda essa qualidade só é possível porque os ingleses fizeram com a sua liga o que mais ninguém conseguiu fazer: vendê-la aos "chinocas", aos indianos e aos árabes (que de futebol não conhecem nada) que é quem, por estes dias, tem dinheiro para estes luxos.

Costumo dizer, em conversas com amigos que, alguns treinadores portugueses, com o dinheiro que uma equipa do meio da tabela gasta por época (e são algumas dezenas de milhão), lutavam pelo título com as equipas de top!