domingo, 14 de outubro de 2018

UEFA Nations League - Polónia 2-3 Portugal

A selecção jogou a segunda jornada do seu grupo na Liga das Nações e tem quase certo o apuramento para a fase final da prova. O jogo foi intenso e com muitos golos e isso podemos agradecer à UEFA e a brilhante ideia de criar uma competição que reduzisse os jogos amigáveis sem interesse. Parece-me quase consensual que os jogos da Liga das Nações têm sido muito mais interessantes (para as equipas e para o público) dos que os jogos amigáveis que costumavam acontecer nas mesmas datas. E têm sido interessantes em todos os grupos da prova. Um Holanda - Alemanha ou um Croácia - Inglaterra são sempre entusiasmantes, mas jogos como Rússia - Turquia ou mesmo um Arménia - Gibraltar começam a ter interessa porque são competitivos. Ontem, por exemplo, Gibraltar conseguiu a sua primeira vitória da história, coisa que dificilmente aconteceria sem esta prova porque os adversários de Gibraltar seriam certamente inacessíveis. Se a tudo isto juntarmos o facto de que cada grupo da prova vai ter 1 acesso ao próxima campeonato da Europa e temos belos jogos, com todos a querer, com reais aspirações, ganhar cada jogo.
Na selecção Portuguesa estamos, paulatinamente e unicamente porque os jogadores são outros, a observar algumas mudanças na forma de jogar da equipa. Não porque Fernando Santos tenha mudado (dificilmente vai mudar) a sua forma de pensar o jogo, mas porque jogar com Bernardo Silva, Rúben Neves ou mesmo Pizzi é totalmente diferente de jogar com Quaresma, Danilo ou Adrien Silva.
Levanta-se agora a questão se isso se deve também ao facto da equipa estar mais solta por não ter a tentação de jogar para Ronaldo. Eu penso que não, penso que jogadores com o estatuto dos internacionais portugueses não sentem esse tipo de pressão e não acho que isso tenha acontecido no passado. Penso mesmo que é perfeitamente possível jogar da mesma forma (dominando a posse para desequilibrar o adversário) com Ronaldo no onze (no lugar de Rafa ou de André Silva, dependendo das circunstâncias. Assim o queria o seleccionador nacional...
Se analisarmos a rede de passes da equipa portuguesa é bastante evidente a interligação entre Cancelo, Pizzi e Bernardo Silva no corredor central e direito. A juntar a este grupo é clara a evidência da importância de Rúben Neves no onze nacional. O jogo passa quase sempre pelo jovem que joga em Inglaterra (no Wolverhampton) e isso vê.-se bem na imagem. Mário Rui também fez um boa exibição e foi responsável por quase todas as saídas pelo corredor esquerdo combinando bem com William no corredor central. Faltou alguma integração de Rafa nestes movimentos. Rafa estava sempre e apenas preparado para atacar as costas da última linha e isso deve-se à vontade do treinador que quer sempre um jogador rápido nessa função (lembro que Rafa não estava convocado e substituí Gonçalo Guedes nessa posição).
Não posso deixar de realçar o que Rúben Dias trás às equipa ofensivamente. Vejam-se as diferenças até para Pepe que tem sido sempre o melhor central a construir. O jovem central trás qualidade com bola que mais nenhum central português tem. Vamos ver se há coragem para o manter no onze de agora em diante.
Em relação ao posicionamento, Cancelo (2 remates e 1 passe para finalização) foi sempre mais ofensivo que o colega do corredor contrário e isso deveu-se sobretudo ao triângulo já referido que puxou o lateral para zonas mais adiantadas do terreno.
Veremos o que muda quando os de sempre (Moutinho, Cédric, Adrien, Fonte ou mesmo Quaresma) tiverem que regressar ao onze.

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