terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Destaques da semana


1.   Sr. Coluna
Morreu aquele a quem chamavam “Monstro Sagrado”. Obviamente que nunca o vi jogar, apenas em vídeo, com especial atenção para o fantástico serviço público prestado pela TVI24 dias depois da morte de Eusébio, quando pude ver a transmissão do Portugal-Coreia do Norte do Mundial de 1966.
Mário Coluna era, de facto, um médio de categoria inegável. Pelo que pude ver naquela transmissão, era daqueles que muitas vezes passam ao lado das crónicas de jogo, quase que parece que não estão lá. Mas, depois, se não estiverem são uma ausência mais que notada. Recuperava, transportava bem, passava melhor, era no fundo o tal “monstro” que ficou como alcunha. Foi talvez o capitão mais emblemático do Sport Lisboa e Benfica. Teve um papel preponderante para a boa adaptação de Eusébio à realidade portuguesa e benfiquista. De tal forma importante que a mãe de Eusébio mandou com o filho uma carta para este entregar ao Sr. Mário Coluna, pedindo que o tratasse bem e fosse responsável por ele. Assim o fez.
Tive a honra de poder trocar algumas palavras com Coluna. Tive a honra de o entrevistar, dentro das suas já poucas possibilidades de comunicar, no último jantar de aniversário que decorreu na Catedral da Cerveja, a 6 de Agosto de 2013. Dizia-se “feliz por estar aqui com os meus amigos”. E nós ficámos felizes por estar consigo, Sr. Coluna. Partiu mais uma referência. Partiu, somente. Porque gente desta não morre.

2.   Chicotadas I
Em poucos dias Jesualdo deixou o Braga, Calisto deixou o Paços e, segundo dizem, Paulo Fonseca esteve perto de deixar o Porto. O chicote estalou forte após a jornada 20 da Liga Portuguesa, mas não pela primeira vez. Analisemos os dois primeiros casos.
O Paços vai para o terceiro treinador, depois de Costinha e Henrique Calisto. O que me custa compreender é o critério do clube nestas escolhas. Depois de José Mota, seguiram-se apostas em jovens treinadores com experiência nos escalões inferiores. Foi assim com Paulo Sérgio, Rui Vitória ou Paulo Fonseca. Depois, após épocas muito elogiadas, decidem apostar num estreante, Costinha. Correu mal. Seguiu-se a aposta num “veterano”, Calisto. Voltou a correr mal.
Em Braga, o regresso de Jesualdo Ferreira também não teve o efeito desejado. Posto isto, António Salvador rompe com a aposta na experiência do “Professor” e contrata Jorge Paixão ao Farense. Acompanhei relativamente bem a carreira do técnico em Faro, por força das transmissões dos jogos dos algarvios, e não posso deixar de reconhecer que foi categórica a recuperação do Farense na tabela classificativa depois da chegada de Paixão, uma recuperação “traída” em Janeiro por algumas saídas, nomeadamente a do então melhor marcador, Rambé, que regressou ao Belenenses.
Assistimos agora uma viragem na gestão do futebol bracarense. À primeira vista, até pela franca produção da equipa esta época, Jorge Paixão tem margem para fazer um trabalho positivo.

3.   Chicotadas II
Há chicotes e chicotes. Em Olhão as coisas continuam muito complicadas. E o Olhanense já vai em três treinadores: Abel Xavier, Paulo Alves e o italiano Giuseppe Galderisi. Em contraponto, o Vitória de Setúbal respira melhor desde que trocou José Mota por José Couceiro. À semelhança do que já tinha feito na primeira passagem pelos clubes, antes de ser contratado pelo FC Porto, Couceiro volta a conseguir muito bons resultados, com realce para a última goleada de 4-0 sobre o Paços de Ferreira.


Até à próxima.

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