1.
Sr. Coluna
Morreu aquele a quem chamavam
“Monstro Sagrado”. Obviamente que nunca o vi jogar, apenas em vídeo, com
especial atenção para o fantástico serviço público prestado pela TVI24 dias
depois da morte de Eusébio, quando pude ver a transmissão do Portugal-Coreia do
Norte do Mundial de 1966.
Mário Coluna era, de facto, um
médio de categoria inegável. Pelo que pude ver naquela transmissão, era
daqueles que muitas vezes passam ao lado das crónicas de jogo, quase que parece
que não estão lá. Mas, depois, se não estiverem são uma ausência mais que
notada. Recuperava, transportava bem, passava melhor, era no fundo o tal
“monstro” que ficou como alcunha. Foi talvez o capitão mais emblemático do
Sport Lisboa e Benfica. Teve um papel preponderante para a boa adaptação de
Eusébio à realidade portuguesa e benfiquista. De tal forma importante que a mãe
de Eusébio mandou com o filho uma carta para este entregar ao Sr. Mário Coluna,
pedindo que o tratasse bem e fosse responsável por ele. Assim o fez.
Tive a honra de poder trocar
algumas palavras com Coluna. Tive a honra de o entrevistar, dentro das suas já
poucas possibilidades de comunicar, no último jantar de aniversário que
decorreu na Catedral da Cerveja, a 6 de Agosto de 2013. Dizia-se “feliz por
estar aqui com os meus amigos”. E nós ficámos felizes por estar consigo, Sr.
Coluna. Partiu mais uma referência. Partiu, somente. Porque gente desta não
morre.
2.
Chicotadas
I
Em poucos dias Jesualdo deixou o
Braga, Calisto deixou o Paços e, segundo dizem, Paulo Fonseca esteve perto de
deixar o Porto. O chicote estalou forte após a jornada 20 da Liga Portuguesa,
mas não pela primeira vez. Analisemos os dois primeiros casos.
O Paços vai para o terceiro
treinador, depois de Costinha e Henrique Calisto. O que me custa compreender é
o critério do clube nestas escolhas. Depois de José Mota, seguiram-se apostas em jovens treinadores com experiência
nos escalões inferiores. Foi assim com Paulo Sérgio, Rui Vitória ou Paulo
Fonseca. Depois, após épocas muito elogiadas, decidem apostar num estreante,
Costinha. Correu mal. Seguiu-se a aposta num “veterano”, Calisto. Voltou a
correr mal.
Em Braga, o regresso de Jesualdo
Ferreira também não teve o efeito desejado. Posto isto, António Salvador rompe
com a aposta na experiência do “Professor” e contrata Jorge Paixão ao Farense.
Acompanhei relativamente bem a carreira do técnico em Faro, por força das
transmissões dos jogos dos algarvios, e não posso deixar de reconhecer que foi
categórica a recuperação do Farense na tabela classificativa depois da chegada
de Paixão, uma recuperação “traída” em Janeiro por algumas saídas, nomeadamente
a do então melhor marcador, Rambé, que regressou ao Belenenses.
Assistimos agora uma viragem na
gestão do futebol bracarense. À primeira vista, até pela franca produção da
equipa esta época, Jorge Paixão tem margem para fazer um trabalho positivo.
3.
Chicotadas
II
Há chicotes e chicotes. Em Olhão as
coisas continuam muito complicadas. E o Olhanense já vai em três treinadores:
Abel Xavier, Paulo Alves e o italiano Giuseppe Galderisi. Em contraponto, o
Vitória de Setúbal respira melhor desde que trocou José Mota por José Couceiro.
À semelhança do que já tinha feito na primeira passagem pelos clubes, antes de
ser contratado pelo FC Porto, Couceiro volta a conseguir muito bons resultados,
com realce para a última goleada de 4-0 sobre o Paços de Ferreira.
Até à próxima.
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