Jogo entre 1º e 4º classificados. Ingredientes suficientemente aliciantes para olhar para este jogo de outra forma. Acrescentando a este facto a contínua pressão que continuo a sentir para fazerem de Marco Silva um treinador excelente e com capacidade para treinar um grande - e o Benfica especialmente. Estou por isso mesmo mais atento à organização colectiva do Estoril.
Na primeira parte o jogo foi extremamente equilibrado e disputado quase na sua totalidade no meio campo. Muitas disputas de bola, pouca organização nos ataques de ambas as equipas e muita agressividade de ambos os lados.
Retenho dois momentos que podiam ter decidido o jogo ao intervalo. O Estoril trabalha mal as transições defensivas e controla mal o corredor central sempre que perde a bola. A predilecção por organizar o seu ataque pelos corredores causa-lhe inclusivamente problemas no momento da transição defensiva uma vez que o corredor central está sempre muito mal protegido.
Em várias situações em que o Estoril decide baixar o bloco (e bem porque a bola está descoberta) nunca se preocupa em retirar um jogador do bloco para fazer contenção e assim evitar que o adversário explore a profundidade. Esta é mais uma situação em que isso acontece. E mais uma vez o corredor central à frente da linha está despovoado quando a equipa entra em organização defensiva.
Ofensivamente o Estoril foi inexistente e os únicos lances de perigo na primeira parte foram em lances de bola parada. Um livre de Tiago Gomes e alguns cantos ganhos de forma fortuita. Pouco para um quarto classificado...
Não sou o maior fã do Marco Silva... Acho que a equipa joga bem quando tem hipótese de sair em transição, mas em organização sempre achei que tinham dificuldades. E há uma coisa que defensivamente dou muito valor que é a ocupação do espaço central à frente da defesa e fico sempre com a impressão de que falham muitas vezes...
ResponderEliminarTenta ver o Rio Ave. Pelo menos defensivamente parece ser das equipas com melhor organização, mas nunca tive tempo para fazer uma análise mais rigorosa.
Ofensivamente consigo desculpá-los de quase tudo porque é muito mais difícil treinar organização ofensiva do que defensiva. Agora defensivamente não dá garantias nenhumas...
ResponderEliminarQuando tiver tempo vou ver o Rio Ave!
Luís,
ResponderEliminarQue dificuldades? Extremos abertos para receber com espaço e fazer movimentos interiores. Extremos sem qualidade para jogar sem tempo e espaço para jogar fazem que o treinador opte por isso. Claro que poderiam haver mais apoios frontais, mas o Estoril não tem qualidade individual para isso. O único que joga bem entre linhas, é o único que lá está, o Evandro. Jogam a maior parte do tempo em organização, com mais bola, e conseguem criar ocasiões de golo em quase todos os jogos.
Abraço
Quanto à organização defensiva, não me parece que falhem assim tanto. Falham sim na qualidade individual.
No primeiro lance aqui exposto discordo completamente do posicionamento inicial do médio. Isto porque o Estoril joga com um DP que faz com que um suba mais do lado da bola, e outro garanta o corredor central. Não a zona da bola, mas o corredor central, que era o que estava a fazer o médio que ficou. Com o lance cortado desta forma, não dá para perceber onde está o outro médio de cobertura do Estoril, e o que tinha ido fazer à frente da linha da bola. A segunda situação da qual discordo é a saída de um elemento da linha defensiva, quando aquilo era uma situação de 4x4, ou seja igualdade numérica. Assim, concordo com o comportamento do Estoril, de aguentar os 4, para os 3 avançados do Sporting, fazendo o portador da bola entrar em crise de decisão. Depois com a maior proximidade da área, aí sim deve sair um homem, sobretudo para impedir o remate. É esse o único momento em que descortino um erro, pois não saiu um homem na bola, mas saíram dois. Dupla contenção, sem cobertura, um passe, dois jogadores ultrapassados.
No segundo lance, quando o Sporting bate a bola, há um jogador do Estoril que recupera a bola com os olhos, e recupera a posição a andar. Era exactamente esse que devia estar a ocupar o corredor central. Depois, concordo sim que deveria ter saído um homem na bola, mas toda a linha opta pelo controlo da profundidade, que mostra ser um comportamento trabalhado com a bola descoberta. Falhou a saída de um homem por se encontrar em superioridade. Mas há aqui um factor extremamente importante: Estratégia. O Sporting ataca muito com sobreposições e combinações nos corredores laterais, e com os extremos e o Evandro a pressionar a linha defensiva, um dos médios era obrigado a bascular completamente para o corredor, em situações de ataque rápido, o outro ficava um pouco perdido, como se vê neste lance. O Sporting joga pelos corredores e isso levou a que Marco Silva fizesse essa alteração.
"No primeiro lance aqui exposto discordo completamente do posicionamento inicial do médio. Isto porque o Estoril joga com um DP que faz com que um suba mais do lado da bola, e outro garanta o corredor central. Não a zona da bola, mas o corredor central, que era o que estava a fazer o médio que ficou. Com o lance cortado desta forma, não dá para perceber onde está o outro médio de cobertura do Estoril, e o que tinha ido fazer à frente da linha da bola."
ResponderEliminarA questão não é aquele médio mas sim a ausência (constante) de linhas de passe interiores. Não é obrigatório que fosse aquele médio a aproximar. Coloquei aquele porque parece ser o mais próximo naquele instante. A verdade é que pouco depois ele se aproxima...quando a equipa perde a posse.
"A segunda situação da qual discordo é a saída de um elemento da linha defensiva, quando aquilo era uma situação de 4x4, ou seja igualdade numérica. Assim, concordo com o comportamento do Estoril, de aguentar os 4, para os 3 avançados do Sporting, fazendo o portador da bola entrar em crise de decisão."
Sem contenção onde é que está a crise de decisão? Foi só esperar por um movimento de um dos 3, com todo o espaço e tempo do mundo...Ainda por cima a linha está de tal forma descoordenada que os 2 mais próximos da bola estão orientados para o portador e os outros 2 estão orientados para a sua baliza...
Bastava arriscar uma saída de um central na bola, com ajuste dos outros 3 e passados 2 segundos estava criada uma situação de 6x4.
Mas tudo bem, o argumento da igualdade numérica é válido. Eu preferia que o meu central tivesse saído.
"não saiu um homem na bola, mas saíram dois. Dupla contenção, sem cobertura, um passe, dois jogadores ultrapassados."
Completamente de acordo.
"No segundo lance, quando o Sporting bate a bola, há um jogador do Estoril que recupera a bola com os olhos, e recupera a posição a andar. Era exactamente esse que devia estar a ocupar o corredor central."
Tu dizes que é um erro individual. Pode ser, mas acontece várias vezes e com intervenientes diferentes... Fico desconfiado.
Em relação à estratégia, este é o terceiro jogo que analiso do Estoril. Os adversários foram Académica, Braga e Sporting. Os erros colectivos repetem-se nos três jogos. Não me parece argumento...
Cumprimentos,
Telmo Frias
Deixa-me só dizer que crise decisão é isso mesmo, fechar as linhas de passe sem contenção. A contenção precipita a decisão, que são coisas diferentes.
ResponderEliminarEu também prefiro que o meu central saia, estou só a desfazer o argumento d que está pouco e mal trabalhada. Está trabalhada sim, com ideias diferentes.
Pois mas se ele aproxima quem garante o corredor central na transição defensiva? Isto tendo em conta o número d jogadores à frente da linha da bola.
Tens mesmo outros lances onde o DP se desposiciona nessas análises?
Há uma no posse de bola que mostra o oposto.
Talvez o problema não seja quando a equipa está em organização, mas sim quando está em transição, será?
Esqueci de assinar,
Roberto Baggio
"Pois mas se ele aproxima quem garante o corredor central na transição defensiva? Isto tendo em conta o número d jogadores à frente da linha da bola."
EliminarO problema é mesmo este. O duplo pivot garante o corredor central e um homem mais próximo da bola. Este raramente dá linhas de passe interiores (nem falo em apoios frontais) e quando dá a bola continua no corredor...
"Talvez o problema não seja quando a equipa está em organização, mas sim quando está em transição, será?"
Num jogo como este (e em 90% dos jogos em PT), esta distinção é muito difícil e subjectiva. Só o FC Porto e o Benfica (e ambos com muita dificuldade) jogam tempo suficiente em organização ofensiva para fazer sentido distinguir... No entanto posso dar-te razão sem problema. É quase sempre em transição.
Ps não há paciência para o captcha, essas confirmações dos bots.
ResponderEliminarÉ uma treta... mas acho que não dá para evitar. Dá?
EliminarSim, nas definições do blogue, comentários, dá para tirar. Onde escolhes moderar ou não os comentários tens a opção da confirmação de palavras.
ResponderEliminarQuanto aos apoios interiores já tinha dito que não existem. só em cobertura. Entre linhas joga apenas o Evandro, que também me parece ser o único com competência para jogar lá. Daí eu dizer que o maior problema deverá ser de transição, quando a equipa perde a bola é pouco pressionante e procura apenas recuperar posições. Até que ponto isso não se deve a qualidade individual, ou seja falta de jogadores para jogar entre linhas com qualidade e por isso prefere o extremo a receber aberto e a vir dentro?
Não quero ter razão, atenção, estou só a discutir, coisa que não faço no meu blogue porque não colocam argumentos para isso.
Boa, já alterei. Obrigado!
ResponderEliminarNos apoios frontais ainda consigo assimilar o argumento da falta de qualidade individual. Já não consigo fazer o mesmo em relação à ausência de pressão e à descoordenação colectiva em alguns lances.
E mesmo quando dizes que preferem o extremo para movimentos interiores, acho que acontece poucas vezes, infelizmente.
"Não quero ter razão, atenção, estou só a discutir, coisa que não faço no meu blogue porque não colocam argumentos para isso."
Estes são os únicos objectivos do que escrevo: pensar o que vejo e pensar no que vocês me vão apontando! Faz-me o favor de continuar a passar por cá e discutir comigo. Seja pelo que for!
Em relação ao Posse de Bola, revejo-me em bastante do que escrevem, mas leio os comentários e perco vontade de comentar... pode ser que calhe!
Baggio, desculpa lá, mas não te respondo hoje porque tinha que pensar e não estou com muita capacidade para isso... Depois volto ao assunto.
ResponderEliminarTelmo, eu conheço esse conceito de crise de decisão associado a situações extra-futebol, como paradoxo de escolha.
https://www.youtube.com/watch?v=VO6XEQIsCoM
Principalmente a partir do minuto 8:00
Basicamente, quando tens muitas hipóteses, "paralisas" e não consegues escolher. Acontece em bancos quando tens dinheiro de parte e queres investir, acontece em seguros que têm muitas opções, acontece quando procuras uma peça de roupa, mas não compras porque não é a "ideal",...
Quando tiver 20 minutinhos vou ver isso com atenção. ;)
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