segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Estoril de Marco Silva - parte IV


Segunda parte do Braga - Estoril.
O contexto do jogo mudou no início da segunda parte com a expulsão de dois jogadores do Estoril (aos 52' e aos 64'). O Estoril passou da superioridade numérica (desde os 17') para a inferioridade numérica e a perder a partir dos 53'.

Em inferioridade numérica e a perder o Estoril foi obrigado a correr alguns riscos e esta situação pode ajudar a justificar alguns erros que aqui vou apontar. No entanto, sou da opinião que a organização é independente do contexto. Há princípios que a equipa deve cumprir independentemente do resultado do jogo, do número de jogadores (de ambas as equipas) ou da capacidade teórica do adversário.

As duas situações que decidi focar inicialmente mostram mais uma vez as dificuldades de coordenação da linha defensiva do Estoril que põe em causa toda a organização em diversas situações. Há claramente uma referência individualizada na marcação da linha defensiva do Estoril e isso põe em causa tudo o que possa estar relacionado com pressão e até com a forma de atacar após recuperação da bola.

Na primeira a descoordenação da linha é clara e permite ao adversário usar facilmente o espaço nas costa da organização do Estoril. Há jogadores que seguem o adversário, outros que sobem para retirar espaço ao adversário. Não há uma ideia comum...


Na segunda situação para além da descoordenação da linha há ainda o problema do preenchimento do corredor central. Esta zona vital é sempre descurada pela equipa do Estoril e só não traz mais problemas porque os adversários usam pouco o jogo interior e no espaço entre linhas para penetrar no bloco...


A última situação demonstra uma vez mais que não estão identificados momentos de pressão. A pressão é sempre feita de forma individual e depende da decisão de cada jogador (a zona e o timing). O corredor lateral costuma ser uma das zonas preferenciais para criar movimentos de pressão colectivos uma vez que é a zona do campo onde uma das direcções fica bloqueada para o adversário... Para Marco Silva, esta zona é igual às outras. Contenção passiva e à espera que o adversário decida. Com tempo e com espaço para tudo.



Sobre a organização não tenho muito mais a acrescentar, está tudo explicados neste e nos posts anteriores. Não posso no entanto deixar de referir a atitude da equipa de Marco Silva. O Estoril nunca desiste do jogo. Na segunda parte, a perder por 3-1, com 9 jogadores (menos 1 que o Braga) e o Estoril continuava com a certeza que o jogo não estava fechado! Tudo com base na força mental e na capacidades físicas. Apesar do contexto adverso, com uma pontinha de eficácia na finalização o Estoril tinha saído da Pedreira com outro resultado.

Ainda assim, é curto para Marco Silva dar o salto neste momento. Marco Silva precisa de amadurecer o seu modelo e, acima de tudo, necessita de acreditar que a sua equipa é capaz de controlar partes do jogo.

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