quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Liga NOS - Jogo da Jornada 22 - Sporting CP 3-0 Sp. Braga: Bom jogo do Sporting e fragilidades do Braga totalmente escancaradas

Em teoria seria o jogo mais importante da jornada e a verdade é que se confirmou. Um jogo muito disputado, com nuances táctica muito interessantes, com golos e oportunidades. Um bom espetáculo no geral. O Sporting de Keiser surpreendeu toda a gente ao iniciar o jogo com 3 centrais e 2 alas com objectivo de serram laterais a defender e extremos a atacar. O Braga começou com o 4-4-2 do costume.
 Os primeiros minutos do jogo foram bastante equilibrados e com poucas oportunidades para os dois lados. O Braga nesta fase conseguiu ter alguma bola fruto sobretudo da instabilidade dos jogadores do Sporting que procuravam ainda a melhor forma de construir desde trás. A partir dos 15 minutos a pressão Bracarense desapareceu e os leões começaram a ter espaço para jogar tranquilamente em todas as  zonas do campo e o perigo começou a aproximar-se do último terço da equipa de Braga. Em algumas situações o espaço era tanto que só a falta de integração de mais jogadores no último terço impediu situações de finalização mais simples.
O golo de Bruno Fernandes aparece numa altura em que nenhuma das equipas estava a criar situações de golo eminentes, mas os grandes jogadores são mesmo assim, do nada, resolvem o jogo a favor da sua equipa. Depois do intervalo os problemas defensivos do Braga continuaram e as oportunidades de golo para o Sporting começaram a aparecer com maior frequência. O segundo golo apareceu após desmarcação nas costas da defesa de Diaby que terminou em grande penalidade convertido por Bas Dost. E os erros colectivos do Braga continuaram. Fica mais um exemplo.
O terceiro golo do Sporting nasce de erros individuais seguidos de um erro colectivo. Claudemir não consegue impedir a progressão de Bruno Fernandes e a abordagem de Raul Silva è cobertura a Claudemir é bastante displicente. Para terminar a linha defensiva, que neste caso deveria ser marcada pelo segundo central (Bruno Viana) é completamente deixada ao acaso o que permite a Bas Dost ficar completamente sozinho na cara de Tiago Sá e fazer o segundo da conta pessoal.
Para o fim deixei um pequeno apontamento à organização defensiva do Sporting que continua com problemas que nem os 3 centrais resolveram. Neste jogo o Braga quase não pôs à prova a linha defensiva do Sporting, mas ainda assim é fácil perceber que ainda há muito caminho para melhorar. Ilori chegou há pouco e tem essa desculpa, mas neste lance, ao não alinhar por Coates permitiu metros nas costas da defesa leonina e podia, fosse Paulinho mais agressivo no lance, ter criado uma oportunidade flagrante.
O Sporting teve mais bola e as combinações foram por isso mais abundantes. As ligações entre Ristovsky, Bruno Fernandes e Wendel foram as mais repetidas. Wendel mais atrás parece-me uma excelente solução para Keiser. Trás critério e qualidade na construção desde a sua fase inicial. Borja e Acuña também combinaram bastante mas com menos capacidade para aproximar a equipa do último terço.
O Braga teve muito menos bola do que é normal para os arsenalistas e o corredor direito foi mesmo uma nulidade no capítulo ofensivo. Bruno Viana e Goiano foi a ligação feita mais vezes, o que diz alguma coisa sobre a dificuldade da equipa de Abel construir pelo corredor central. Raul Silva, Claudemir e Fransérgio também combinaram bastante mas a ligação destes para os 4 da frente foi sempre feita com muita dificuldade. Destaco ainda os 5 passes conseguidos de Tiago Sá para Dyego Sousa que podem dar uma ideia das dificuldades que o Braga teve para sair a jogar como gosta de fazer.
 Em termos de oportunidades de golo o jogo basta espreitar o gráfico de golos esperados para perceber que o resultado é justo e pela margem certa. Salta à vista a nulidade que foi o Braga em termos ofensivos - 5 oportunidades, todas com baixíssima qualidade. Algo que deve preocupar Abel uma vez que o Sporting de Keiser não tem sido famoso em termos de organização defensiva.

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